Lista de golpes
Criar um glossário dos golpes presentes em Powerbomb me deu outra perspectiva da nova HQ de Daniel Warren Johnson
A empolgação do povo é genuína. É só ver alguém correndo e emendando um pulo com o pezão esticado no ar que a turma já denuncia espantada com o dedo em riste: “Ó lá! Ó lá! Olha a voadora!” (seguido por um arrastado “viiixe” e caretas de dor). Como a voadora é um golpe bastante reconhecido, é tranquilo falar dela em qualquer trama, mas e quanto ao crucifix bomb, o moonsault ou o arrasador powerbomb? Esses são golpes menos conhecidos por quem não é um apreciador assíduo das lutas profissionais, o que, acredito, seja o caso de parte dos leitores da HQ que a Devir traz ao Brasil em maio, Powerbomb! Faça uma Superbomba. Nela manobras e golpes da luta livre são essenciais à trama, e saber como lidar com esses termos foi um de meus desafios como editor.
Logo no prefácio, o autor Daniel Warren Johnson revela seu amor pela luta livre e deixa claro que Powerbomb! é uma história sobre aquele esporte marcado por fantasias exuberantes, golpes encenados e muito drama. Acontece que não tem como ser só isso, não quanto envolve Warren Johnson. Os leitores mais escolados já sabem que as HQs dele são marcadas por muito sentimento, paixão e relações humanas, tudo aquilo que torna familiar as absurdas tramas que saem de sua cabeça, ou melhor, de seu coração. Isso também acontece em Powerbomb! (então, prepare-se para ficar com o olho marejado de novo assim como marejou em Murder Falcon).
Por ter a luta livre como um elemento essencial, a trama é repleta de combates no ringue e da narração de tudo o que acontece dentro do quadrilátero de cordas. É da boca dos locutores que saem nomes como lariat, suplex, tope con hilo e tantos outros golpes deferidos pela protagonista Lona Rosa de Aço e por seus adversários. De tanto que olhei e estudei esses golpes durante a edição da HQ, percebi que eles são representados com fidelidade na arte de Warren Johnson, o que só atesta a paixão do autor pela luta livre.
Acontece que os termos podem ser familiares para ele e para outros amantes do violento esporte, mas nada dizem a quem está sendo apresentado à luta livre agora. Menos ainda ao leitor brasileiro já que os termos estão em inglês. Não demorou para eu perceber que aquilo seria um problema no processo de adaptação e edição da HQ. Deveríamos manter os nomes em inglês e só ir em frente? Afinal, aqueles são os nomes originais dos termos. Mesmo amparado por essa lógica frágil, não me parecia uma boa ideia, pois os nomes em inglês poderiam levar o leitor a ficar confuso e a se desconectar da trama. Não, o significado daqueles termos precisava ser esclarecido.
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