Publicação bárbara
A trajetória gloriosa e o fim digno da saudosa série A Espada Selvagem de Conan
No campo de batalha das vendas e cancelamentos, a série em quadrinhos A Espada Selvagem de Conan não desapontou os fãs, e tal qual seu protagonista não se entregou sem luta. Ela se manteve firme até o último instante, quando a Ed. Abril encerrou a publicação de HQs de personagens da Marvel, em dezembro de 2001. Mais que isso, quando foi ao chão, a série do bárbaro se despediu com a dignidade de quem figurou entre as três revistas de “super-heróis” mais longevas da editora brasileira.
Naquele mês, quando as últimas revistas da linha Marvel chegavam às bancas com o selo da Abril, A Espada Selvagem trazia a impressionante numeração 205 na capa, uma marca só equiparada pela popular O Homem-Aranha e atrás apenas de Capitão América, ambas já descontinuadas na época. Dos títulos da divisão de super-heróis da Abril iniciados nos anos 1980, apenas A Espada Selvagem de Conan era publicada até aquele apagar das luzes.
A longevidade da série se deve, é claro, à popularidade do personagem e à qualidade das histórias, mas principalmente aos esforços dos editores brasileiros, que souberam tomar decisões acertadas para manter o interesse dos fãs ao longo de 17 anos.
Primeiras edições
A Espada Selvagem de Conan 1 chegou às bancas em julho de 1984 e trouxe como atração a assustadora HQ Os Espectros do Castelo Rubro, ambientada em uma construção sombria em meio ao despertar de um exército de esqueletos. Essa primeira fase do então novo título da Abril se valia da força criativa do roteirista Roy Thomas e do artista John Buscema, os astros da maior parte das histórias da série original The Savage Sword of Conan, focada no público adulto.
Para alavancar as vendas no início da trajetória de A Espada Selvagem, o editor Hélcio de Carvalho, o pivô do projeto para trazer tais HQs para o Brasil, procurava apresentar ao menos uma história de Thomas e Buscema por mês. As poucas edições que fugiam à regra contavam com tramas de Thomas desenhadas por outros artistas renomados, como Neal Adams (edição 8, de 1985) ou Gene Colan (edição 20, de 1986).
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